quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um paciente muito doente



Sabemos que depois do Congresso Eucarístico Internacional em 1934, Dom Orione se tornou muito famoso na Argentina, especialmente em Buenos Aires. Muitas pessoas se aproximaram dele, fazendo-lhe doações em ajuda de suas instituições de caridade que estavam em plena expansão.
Dom Orione gastava muitas horas vendo e recebendo todas essas pessoas. O hall de seu escritório estava sempre cheio de gente que queria falar com ele, ajudar o “Cotolengo”, pedir conselhos ou receber uma benção. Bispos, padres, profissionais, membros da alta sociedade, trabalhadores, pessoas carentes, etc, todos queriam encontrar-se com Dom Orione.
Certa vez, um homem muito rico, Sr. Saturnino Unzue, foi ao escritório de Dom Orione e falou com seu secretário, pedindo a ele se Dom Orione poderia ir visitar alguém que estava muito doente.
Não se preocupe” – disse o irmão – “quando há alguém doente, Dom Orione imediatamente deixa tudo e corre para ajudar...
Eu estou de carro aqui” – Sr. Saturnino respondeu, e então confessou ao secretário: “Olha, irmão, na verdade não é uma pessoa doente, mas um cavalo, um cavalo de corrida muito valioso, que está muito doente mesmo... se ele morrer a perca será enorme... o que você acha? Dom Orione virá?
Deixa isso comigo” – respondeu, pensando que essa era uma situação bem interessante...
Alguns minutos depois, Dom Orinoe saiu do escritório, trazendo a estola e água benta e tudo o mais que seria necessário para o rito, e correndo até a porta, pediu desculpas a todos que estavam esperando. Eles entraram no carro e partiram rapidamente para ajudar o paciente.
O caminho era longo, e quando o carro atingiu a periferia de Buenos Aires, Dom Orione perguntou: “quanto tempo mais até chegarmos lá?”, preocupando-se caso chegariam a tempo de atender o paciente. “Só um pouco mais..., estamos quase lá”, foi a resposta.
Quando o carro chegou próximo aos estábulos de uma importante hípica, o segredo foi revelado. O secretário, que era um irmão religioso, soprou no ouvido de Dom Orione: “a benção é para um cavalo muito valioso...”. O fundador sorriu e disse: “Ok, até porque como padres nós podemos benzer animais também... o rito existe pra isso...”
Dom Orione, então, foi até o estábulo e abençoou o cavalo, jogando sobre ele água benta. Quando concluíram o rito, eles entraram no carro e voltaram para casa.
O Sr. Unzue ficou extremamente agradecido, e juntamente com as palavras de gratidão Dom Orione recebeu uma generosa doação em dinheiro, suficiente para comprar mais de mil cabeças de gado. E claro, o cavalo melhorou e ganhou muitas corridas.
Alguns dias depois, Dom Orione já havia gasto todo o dinheiro e precisava de mais para a construção do Cotolengo de Claypole e lembrando do que havia acontecido, chamou seu eficiente secretário e disse: “irmão, você sabe se não há nenhum outro cavalo para benzer não?”

Em breve, novas histórias!


Histórias compiladas pelo padre Faculdo Mela, missionário nas Filipinas, a partir do livro "Dom Orione e a América Latina" do padre Enzo Giustozzi, FDP (rip) que nunca fora publicado.
Traduzido do inglês por Clayton Munhoz.

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