Sabemos que depois do Congresso Eucarístico Internacional em 1934, Dom Orione se tornou muito famoso na Argentina, especialmente em Buenos Aires. Muitas pessoas se aproximaram dele, fazendo-lhe doações em ajuda de suas instituições de caridade que estavam em plena expansão.
Dom Orione gastava muitas horas vendo e recebendo todas essas pessoas. O hall de seu escritório estava sempre cheio de gente que queria falar com ele, ajudar o “Cotolengo”, pedir conselhos ou receber uma benção. Bispos, padres, profissionais, membros da alta sociedade, trabalhadores, pessoas carentes, etc, todos queriam encontrar-se com Dom Orione.
Certa vez, um homem muito rico, Sr. Saturnino Unzue, foi ao escritório de Dom Orione e falou com seu secretário, pedindo a ele se Dom Orione poderia ir visitar alguém que estava muito doente.
“Não se preocupe” – disse o irmão – “quando há alguém doente, Dom Orione imediatamente deixa tudo e corre para ajudar...”
“Eu estou de carro aqui” – Sr. Saturnino respondeu, e então confessou ao secretário: “Olha, irmão, na verdade não é uma pessoa doente, mas um cavalo, um cavalo de corrida muito valioso, que está muito doente mesmo... se ele morrer a perca será enorme... o que você acha? Dom Orione virá?”
“Deixa isso comigo” – respondeu, pensando que essa era uma situação bem interessante...
Alguns minutos depois, Dom Orinoe saiu do escritório, trazendo a estola e água benta e tudo o mais que seria necessário para o rito, e correndo até a porta, pediu desculpas a todos que estavam esperando. Eles entraram no carro e partiram rapidamente para ajudar o paciente.
O caminho era longo, e quando o carro atingiu a periferia de Buenos Aires, Dom Orione perguntou: “quanto tempo mais até chegarmos lá?”, preocupando-se caso chegariam a tempo de atender o paciente. “Só um pouco mais..., estamos quase lá”, foi a resposta.
Quando o carro chegou próximo aos estábulos de uma importante hípica, o segredo foi revelado. O secretário, que era um irmão religioso, soprou no ouvido de Dom Orione: “a benção é para um cavalo muito valioso...”. O fundador sorriu e disse: “Ok, até porque como padres nós podemos benzer animais também... o rito existe pra isso...”
Dom Orione, então, foi até o estábulo e abençoou o cavalo, jogando sobre ele água benta. Quando concluíram o rito, eles entraram no carro e voltaram para casa.
O Sr. Unzue ficou extremamente agradecido, e juntamente com as palavras de gratidão Dom Orione recebeu uma generosa doação em dinheiro, suficiente para comprar mais de mil cabeças de gado. E claro, o cavalo melhorou e ganhou muitas corridas.
Alguns dias depois, Dom Orione já havia gasto todo o dinheiro e precisava de mais para a construção do Cotolengo de Claypole e lembrando do que havia acontecido, chamou seu eficiente secretário e disse: “irmão, você sabe se não há nenhum outro cavalo para benzer não?”
Em breve, novas histórias!
Histórias compiladas pelo padre Faculdo Mela, missionário nas Filipinas, a partir do livro "Dom Orione e a América Latina" do padre Enzo Giustozzi, FDP (rip) que nunca fora publicado.
Traduzido do inglês por Clayton Munhoz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário