segunda-feira, 15 de junho de 2015

Retiro de sacerdotes: Papa pede padres apaixonados por Jesus

Francisco falou a sacerdotes reunidos em encontro mundial em Roma; pediu que sejam apaixonados por Cristo e que não “afugentem” os fiéis.


Sacerdotes apaixonados por Jesus Cristo. Este foi o desejo manifestado pelo Papa Francisco ao fazer uma reflexão nesta sexta-feira, 12, no retiro mundial de sacerdotes, que está sendo realizado em Roma. Em quase duas horas de diálogo, o Santo Padre falou da realidade e dos vários desafios da vida sacerdotal, além de responder a algumas perguntas dos sacerdotes.
“O sacerdote, à medida que vai andando no amor com Jesus, sente o carinho de seu Mestre de maneira distinta. E o busca, o comunica e o ama com carícias renovadas. Amem, deixem-se amar, abram o coração a Ele”, disse.
Da mesma forma que um homem e uma mulher não deixa de falar de sua paixão quando estão apaixonados, um padre apaixonado por Jesus se deixa notar. “Quando um sacerdote é apaixonado por Jesus se nota, se reconhece, se vê esse amor que é transmitido constantemente”.
E não basta contemplar Jesus, disse o Papa, é preciso que os padres se deixem contemplar por Jesus. Às vezes essa pode ser uma tarefa difícil quando os padres estão cansados, com problemas, de forma que podem até acabar cochilando diante do Sacrário. Mas nesses momentos, disse, Deus olha para os padres como um pai que olha para o filho dormindo. “Se você dorme diante do Santíssimo não se preocupe, mas vá até o Tabernáculo, não deixe de ir”.
Como falar do amor de Jesus?
Um ponto da reflexão do Papa foi sobre como os sacerdotes podem falar do amor de Jesus. Um espaço já muito conhecido são as homilias, durante a Santa Missa. Ele explicou que as pessoas normalmente não suportam mais que 08 minutos de homilia, pois se distraem; o que elas querem é que o padre fale ao seu coração.
“Existem homilias que são ótimas aulas de teologia, mas não chegam ao coração. Não se esqueçam que a homilia não é uma conferência, uma lição de catequese, é um sacramental. É colocar o melhor de mim para que o Espírito Santo fale, para que toque o coração (…) Falem ao povo de Deus com homilias bem feitas, encontrem-se entre vocês para preparar a homilia (…) não percam tempo, falem de Jesus, sobre Jesus, da alegria de uma fé firme em Cristo”.
Francisco enfatizou que os padres são chamados a ser como Jesus, amar sem limites, em todas as circunstâncias. Algo que o entristece, por exemplo, é quando ele vê um padre se recusar a dar o Batismo a uma criança recém-nascida porque ela é filha de mãe solteira ou de um pai de segunda união.
“O batismo não pode ser negado a ninguém. Por favor, que isso fique marcado em seus corações. Não aterrorizem o povo de Deus, não os façam fugir. Ninguém me contou isso, eu vi (…) Por favor, uma Igreja sem Jesus e sem misericórdia, não”.

Com atitudes assim, o Papa explicou que a Igreja se torna madrasta, em vez de ser mãe. “Por favor, façam as pessoas sentirem que a Igreja é sempre mãe”.
(O Pe. Claudio Peters estava presente no retiro)




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