No Brasil, há uma pluralidade religiosa que, mesmo sendo histórica em sua origem, poderia ser mais explorada. Esse tema integra o espaço geográfico e permite que façamos uma relação com diversos elementos que envolvem o sagrado e até o profano.
Nosso território exibe uma infinidade de romarias, de Nossa Senhora Aparecida, de Nossa Senhora do Caravaggio, de Nossa Senhora Medianeira, entre tantas outras. Essas peregrinações, de imensa seriedade para o Cristianismo, mostram-nos que a espacialidade no deslocamento das pessoas vai definindo o caráter religioso por meio de cânticos e orações.
A geografia está em toda parte, dizia Denis Cosgrove. Portanto, o espaço da religião possibilita uma relação com o social, o econômico e até o político. Quantas pessoas se deslocam de outros centros para trabalhar durante o evento. Isso proporciona uma mudança na paisagem local e integra elementos na produção e no consumo.
Nota-se que, vinculados a esse espaço social, estão o sagrado e o profano. Como definiríamos a participação de certos políticos que, em anos eleitorais, gostam de explorar as questões religiosas, participando de uma procissão para ver sua imagem na mídia? Realmente, num país religioso, isso impressiona muitas pessoas.
Nesse contexto religioso e geográfico, está a comprovação de que há uma apropriação do espaço de forma efetiva e afetiva. Durante a peregrinação, os devotos se manifestam de várias maneiras em busca de uma graça a ser alcançada ou de agradecimento pela obtenção de uma bênção.
Ao final da caminhada, os romeiros ao participarem da missa, confirmam uma demonstração de valorização ao sagrado, pois aquele espaço construído intensifica a manifestação e a percepção dos fiéis, consagrando assim o Templo. O homem religioso se sente sempre muito protegido de influências profanas, quando reunido em um lugar sagrado.
Texto adaptado de João Renato Weigerti.
Abaixo imagens da Romaria a Nossa Senhora do Caravaggio, em Nova Veneza , que muitos sideroplitanos participam...
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